Percurso Profissional (Currículo Resumido)

Fica aqui um resumo, do que fiz desde nos anos 80 até agora, tanto em termos de formação e aprendizagem, como de projectos pessoais, e profissões que tive, tudo sozinho, sem ajuda de ninguém.

Claro que não consigo mencionar todos os meus projectos que são tantos não caberiam aqui todos.

Tive de resumir muito, mas ficam a ter uma ideia do que fiz na vida.

Outras coisas fiz mas não coloquei e não vale a pena colocar (como por exemplo desportos e artes e outros projectos), podem vê-las no resto do meu site, ou YouTube, ou noutros lados.

No meu site estará grande parte delas.

Mas fica aqui o resumo da minha experiência ao longo destas décadas…

2021-09 até agora – “Formador de dia e Programador nos tempos livres”:

Hoje em dia dedico-me de dia à formação nas que penso serem duas maiores instituições de formação em Portugal, e nos tempos livres à Programação, nos meus próprios projectos.

Quanto aos meus projectos, deixo alguns abaixo:

Um game engine criado do zero em C++, porque adoro jogos, gosto de programar, mas tenho de usar o meu próprio game engine, e a linguagem mais poderosa/complexa que conhecia, sistemas de Análise Técnica e trading systems porque é outra área que me interessou no Passado, simulações de Física pois adoro Física/Astro-Física, etc: 😛

É complicado explicar tudo o que faço, espreitem esta página onde mostro os meus projectos principais e como andam:

Quanto às empresas onde dou formação, eu nunca tive as empresas em que trabalho actualmente visíveis, é tradição minha no LinkedIn há muito tempo, por isso vou continuar, só as metia após sair delas. E não preciso, pois já tenho no Linkedin até alertas para não me enviarem ofertas, pois são muitas, por isso não teria sentido andar aqui a abrir excepções, mas são penso que as duas maiores do país.

2020-08 a 2021-09 – Projecto do Game Engine em C++, feito do zero, e do sistema de back-testing de Trading Systems, também em C++

Comecei em Agosto de 2020 dois projectos:

Game Engine do zero em C/C++:

Aliás, um foi retomado, o Game Engine feito do zero em C e C++, pois em 2017/2018 quando o comecei, estava já cansado quando comecei a ver um boneco a mexer-se no ecrã e parei uns anos.

Ao retomar em Agosto de 2018 e metê-lo a funcionar, senti uma alegria enorme em ver aquilo a funcionar ao som da música, e tive uma vontade incontrolável de me dedicar a criar videojogos.

Parece estranho mas foi mesmo assim, foi uma alegria enorme.

Assim retomei o Game Engine, e tenho-o continuado desde essa altura, e poderão ver neste site na secção dos projectos que tenho programado, em especial o do Game-Engine, as mais de cem partilhas que fiz, a maioria são sobre o game engine, para seguirem todos os passos de desenvolvimento do mesmo.

Quero no Futuro dedicar-me à Formação a tempo inteiro, e em part-time à criação de videojogos com o meu próprio Game Engine.

Fica um exemplo do mesmo:

Back-testing software do zero em C/C++:

Comecei em 2020-08 também a criação de um sistema de backtesting de trading systems, para fazer sem exagero triliões de testes ao longo deste ano que vem, para apresentação depois de relatórios, testes de sistemas, etc.

Isto porque quero um dia tornar públicas as fórmulas de um sistema que foi usado no GFX-Trading, o que fez 19.000% de lucro em 3 anos em Forex EUR/USD a 10/1 (margin calls incluídas).

Preciso destes testes todos para lançar o sistema um dia, assim que o tornar público e der a todos, vou retomar os videojogos a 100%.

Até lá, trabalharei os dois em simultâneo, de forma alternada:

2021-02-17 - Garantindo que o Back-Tester não olha para o futuro dos dados, em C/C++...
2021-02-17 – Garantindo que o Back-Tester não olha para o futuro dos dados, em C/C++…

E já tive ofertas de corretoras em 2006 para ceder o sistema, mas nunca aceitei.

Será dado a todos de graça, sem excepção. 🙂

2020-09 a 2020-12 – Criação do projecto de Intranet Open Source:

Durante este tempo, estive a criar uma Intranet 100% Open-Source criada do zero, mas claro na parte de FrontEnd usei algumas coisas já existentes como as boxes Select2, mas no lado PHP até o URL router fiz do zero.

Esta é uma intranet para ser dada de graça a todos, 100% open source, e deixei a meio por falta de tempo, mas tenciono acabar este ano e ficará disponível uma versão de testes pelo meio em http://intra.goncalo.pt/ (peçam-me user e password se quiserem testar).

Fica um exemplo da mesma:

My Open-Source Intranet (PHP)
My Open-Source Intranet (PHP)

Atenção que a imagem acima não é minha, foi-me autorizado o uso por uma empresa onde estive, porque achei gira, mas não tenciono usá-la no Futuro, foi só para o exemplo.

2019-09 – 2020-12 – Tirar o Curso CET para poder dar formação a nível QNQ 4 e 5:

Tirei o Curso de Especialização Tecnológica de Redes e Sistemas de Computadores (algo assim parecido), com nota 19/20.

Já conhecia a matéria toda mas precisei de o tirar por motivos explicados abaixo, e como já sabia a matéria, fiz vários projectos de software pelo meio.

Após sair da Claranet, e reforçada a ideia de ser formador (finda a recaída do Cyber-Security), sabia que para dar aulas a formandos de QNQ 4, que é o que me parece ser o nível mínimo em que existem cursos de Informática onde possa ensinar, eu sabia que tinha de ter um nível superior a esse, um QNQ5, pois só um QNQ5 pode dar formações a formandos QNQ4.

Ora, eu nunca quis meter os pés numa universidade, e assim estava ainda com o QNQ4 do 12º Técnico-Profissional que completei nos anos 90.

Com QNQ4 nunca poderia dar aulas a um QNQ5.

Mas eu não iria meter os pés numa universidade pois tinha prometido que nunca o faria, e também não ia perder 3 anos a tirar uma licenciatura para poder dar formações a QNQ5…

A solução foi simples. Eu sabia que existiam os Cursos de Especialização Tecnológica (CET), e que até em tempos quis fazer aplicar a Lei, para me darem equivalência ao mesmo por ter já o know-how, e até propús fazer apenas os exames para poder tirar o curso numa semana, mas nunca tal me foi permitido.

Tive de me inscrever assim no CET.

Não imaginam a quantidade de vezes que nos primeiros dias colegas me diziam: “Então se já sabes o que estás aqui a fazer?”. Ninguém parecia acreditar que eu já soubesse algo daquilo, o que era extremamente irritante. As pessoas tendem a achar que só vai ao CET quem quer mesmo aprender, e não lhes cabia na cabeça que eu já soubesse e estivesse lá só para ter o diploma, pior ainda, para poder dar formação sobre aquela matéria depois! 😀

Até que tentei passar por um perfeito ignorante no começo do curso.

A dada altura não me aguentei e já vários sabiam que eu sabia daquilo e me faziam perguntas, não participar só me ia piorar mais a nota.

Comecei a participar de vez em quando.

Tive sorte que os formadores eram todos 5 estrelas.

Mas andava sempre meio distraído na aula como é natural, quando estamos a rever matéria que já conhecemos. Imaginem aprender algo há anos ou até décadas antes, e estar ali a rever tudo de novo durante um ano! Não é fácil… Estive mesmo para desistir do curso em Março de 2020, até que o Covid19 veio e o ficar em casa me fez continuar no curso e terminá-lo, pois permitiu-me mudar um pouco de ares…

Nem todos aceitaram isso bem. Mas de certa forma até compreendo até porque andava distraído nessas aulas a criar o programa “Knowledge Tester” para ajudar outros, e até a sintetizar cursos da CCNA (exames que fiz em redes eram do CCNA) para uma colega invisual. Apesar de ter sido com boas intenções, nunca o mencionei, e é normal que vissem falta de interesse em mim. De qualquer das formas é um mero CET, razão pela qual nem o meti no LinkedIn, e só o tirei para poder dar formação a QNQ4.

Até é algo injusto eu estar a frequentar um curso onde todos se esforçam e eu estar ali um bocado na desportiva.

Como estava com muitas horas livres durante o curso, fiz muitos projectos de software durante o mesmo, como o Linux Helper, uma calculadora de IPV4, um simulador de Cisco OS, o “Knowledge Tester”, entre outros.

Outro que fiz a meio do curso, foi o Game Engine em C++, que retomei em Agosto de 2020. E por fim entre Setembro de 2020 e Dezembro de 2020, a intranet para a empresa onde fui estagiar.

O importante é que com QNQ5 já posso dar formações a formandos de QNQ4.

2019-07 – Cyber-Security na Claranet (Network & Security Operations Center):

Eu gosto de mudar de área de tempos a tempos, e posto isto (penso que em Junho ou Julho de 2019)…

Estava com algumas saudades dos tempos de cyber-security, em que estudei a fundo Cyber-Security entre 2001 e 2004, e decidi enveredar por um emprego na área e tirar muitas certificações na área.

Vi que a Claranet era um dos maiores hostings Europeus e que tinha comprado a NotSoSecure, e pareceu-me uma boa empresa para começar a carreira na área e por isso concorri a ela.

Fui chamado, e fiz os exames de know-how de admissão, que apesar de eu estar muito ausente da área há mais de 10 anos na altura, passei e fui o escolhido nesse momento para integrar a equipa do NOC/SOC da Claranet.

O problema é que, aliás foram dois, por um lado, eu tinha a vista sensível, e a luminosidade da sala era um bocado forte para os meus olhos, e não podia usar óculos escuros, pois parecia mal a alguns clientes.

Por outro, fiquei um bocado desiludido com o trabalho relacionado com Cyber-Security hoje em dia. É que entre 2001-2004 eu estudei a fundo mas outro lado da Cyber-Security, mais o pen-testing, e outro tipo de coisas. E apercebi-me de que o lado habitual das empresas, o estar na defesa, é muito stressante e caótico e não tem nada a ver com o tipo de Cyber-Security que eu gostava.

Por um lado eu sabia que podia ir para pen-tester, mas eu tinha tido vontade de voltar a esta área após ver a série do Mr. Robot, que me trouxe acima algumas recordações do Passado, e aquele local foi uma espécie de “reality call” que me fez lembrar que a vida real é diferente, e o estar na defesa não tem tanta piada como eu imaginava.

E decidi desistir da ideia, nem fiquei um mês, e com autorização da empresa, saí. Nunca saí sem que a empresa deixasse, como estava no começo, não havia problemas em eu abandonar o projecto e foi o que fiz.

Não tenciono voltar à área no Futuro, vou-me dedicar só à Formação em full-time e criação de jogos em part-time (e trading systems entre outras coisas).

Logo de seguida, frequentei um curso necessário para ser Formador, o que falo na secção correspondente.

Mas foi uma experiência engraçada, apesar de curta.

2019 – Curso de Formação de Formadores – Obtenção do CAP/CCP:

Como nos anos 90 tinha rejeitado ser formador quando me convidaram a ser, mas nunca desisti da ideia (ficou-me sempre na cabeça esse sonho), decidi que iria dedicar as próximas décadas da minha carreira profissional à Formação, já que já fiz de tudo no mundo da Informática, e só me faltava passar o know-how que adquiri a terceiros.

Por isso tirei o curso de CCP (antigo CAP), que me permite dar formação a terceiros.

Formação contínua ou interna, já tinha dado a várias pessoas, nas empresas onde trabalhei.

Mas o objectivo era mesmo dedicar-me a tempo inteiro à Formação e este foi o primeiro passo dado nesse sentido.

2018 a 2019 – Criação de vários projectos pessoais:

Durante este tempo pós-BolsaPT, acabei por me dedicar a vários projectos pessoais, um deles foi o retomar do Tradutor Ibérico de 2010, que seria feito do zero em C++, e até o começo de um Game Engine criado do zero em C++.

O Game Engine, comecei a fazer as partes mais aborrecidas, aquelas que lidavam com o hardware da máquina, mas aborrecidas pois ainda não via algo visual no ecrã, o que fez com que assim que conseguisse ver um boneco a andar no ecrã, ficasse contente, mas tivesse-o deixado de lado uns tempos, para descansar do mesmo.

O Tradutor Ibérico, foi transformado no Tradutor Universal, criado do zero em C++, mas que acabei por deixar a meio (acabarei um dia), devido a ter começado também outros projectos, e porque em 2019, decidi ir para a empresa Claranet, para Cyber-Security, o que falarei acima.

Foram assim dois anos “sabáticos”, em que me dediquei apenas a projectos pessoais meus de software, o inacabado BolsaPT, o Tradutor Universal a ser retomado um dia, e o Game Engine que retomei em 2020, fora outros que não mencionarei aqui.

2018 – YouTube como hobby:

Até 2018 sempre tentei ser anónimo, passar sempre despercebido.

Nessa altura decidi que isso não era mais necessário, e dado que me cansei de não fazer muito em casa, acabei por começar a criar um conjunto de playlists no YouTube, onde iria dar 1001 cursos de como programar, e outras coisas, além de criar vídeos sobre os meus velhos tempos, com recordações e tal, para daqui a umas décadas me lembrar de tudo.

Mas com o tempo fartei-me e achei que isso não era vida, e comecei a pensar em voltar a trabalhar e fazer algo de mais útil à Sociedade, e até porque o YouTube era dominado por pessoas que criam vídeos idiotas e sem sentido, e eu estar a criar vídeos para ensinar lá, não me parecia boa opção.

Mas acabei por ter por lá uns 500 vídeos na mesma, de todos os tipos. 😀

2017 a 2018 – Renovação do BolsaPT em Lisboa:

Este foi um dos projectos que mais pena me deu ter de deixar a meio, pois dediquei perto de um ano, a remodelar o BolsaPT, 300.000 páginas geradas dinamicamente, com centenas de ficheiros e classes, para um PHP mais recente com OOP perfeito, e design completamente moderno e renovado, até que descobri que viria aí a Copyright Directive, e que o Artigo 11 e 13 (agora 15 e 17) viriam a destruir milhões de pequenos sites, incluindo este.

Tenho vídeos a mostrar o evoluir do projecto, o BolsaPT iria ficar um site incrível de negócios, muito avançado, dinâmico e com todas as ferramentas e cotações para utilizadores, mas ao ver que iria ficar suspectível de ser colocado em tribunal pelo que pessoas poderiam publicar no fórum, e pelo uso de cotações, e notícias, e outras coisas no site, não tive outro remédio senão deixar o site em Stand-By.

Por momentos ainda pensei que a directiva pudesse não avançar, mas certos euro-deputados Portugueses votaram a favor (maioria), e também nos outros países, e assim ela foi aprovada.

E assim, tornou-se um risco que não quero correr, e deixei o projecto a meio.

Talvez um dia o retome, mas até agora sempre fiz tudo nele sozinho, tudo, até os gráficos em PHP (formato Gif), se daqui a um ano renovar o site, já não terei paciência para ele talvez contrate alguém para o fazer por mim, porque tenho outros projectos mais giros em mão.

Por isso, não foi bem um fim definitivo, mas está meio abandonado de momento, pois será perda de tempo para mim continuá-lo quando tenho outros projectos com mais potencial para fazer.

Um dia quem sabe o site volte, mas perdi um ano de programação nele, que foi literalmente, infelizmente, “para o boneco”…

Até um dia BolsaPT, a tua vida tem sida feita de altos e baixos! 🙂

2012-2016 – Pingpost – Software e Fullstack/Web Developer, no Porto:

Mudado para o Porto, local onde não havia muitas empresas de IT na época, um amigo referiu-me a Pingpost, que era um dos SP’s da NOS (fusão da Zon Multimédia com a antiga Clix/Sonae Com), e enviei o currículo para lá para ser chamado.

Chamaram-me, e fiquei lá a trabalhar, com o objectivo de criar uma Intranet do zero para a empresa.

Mas com os vídeos do momento, e com parte do código que mais tarde usei para a Intranet criada em 2020, nem tudo foi trabalho perdido…

Escolhi criá-la em PHP, com MySQL (LAMP).

Pelo meio fiz várias outras coisas, mas na realidade ajudei a automatizar a empresa inteira, até com códigos de barras nos armazéns para entrada e saída de encomendas, propostas de venda, etc, foi giro.

A data altura tive um colega que antes fazia de tudo um pouco, a fazer só programação comigo, e mais tarde um grupo de estagiários que preparei para ficarem com a Intranet após eu deixar a empresa, que acabei por deixar em 2016.

Além da Intranet e da automatização de processos, fiz várias outras coisas, e até softwares, como obfuscadores de código PHP, etc.

Também remodelei as bases de dados, etc.

É complicado escrever sobre tudo isto aqui, mas foram 4 anos relacionados com programação de fullstack (backend e frontend), com backend normalmente em PHP e frontend normalmente o Javascript com algum JQuery, etc, bem como administração de bases de dados (MySQL), em Linux.

Gostei de estar lá, em especial quando era junto à Foz do Douro, na zona do Fluvial, em que vinha para casa ao fim do dia num caminho maravilhoso à beira rio. E mais tarde na Maia, na Lionesa, que acabou por se revelar um excelente local para trabalhar também.

Foi durante esta estadia, que em 2014, descobri que tinha uma força fora do normal, ao ver o “Stan Lee Superhumans” e ver que era capaz de fazer o que lá faziam, o que deu origem a 3 anos de demonstrações ao vivo de força ocasionais, a vários vídeos no YouTube, etc, que poderão consultar noutras secções deste site, e que alegraram a minha estadia na empresa.

Era suposto a Intranet ser open-source, mas como acabou por ser comercializada para a empresa, não foi libertada como open-source o que foi pena, já que era muito completa.

Foram tempos giros, noutros locais falo deles.

2010 – Softwares grátis como “Network Pinger”, “Emailer Plus”, e outros:

Em 2010, enquanto me preparava para me mudar para o Porto, fiquei com um ano sabático até 2012 nas mãos, ano esse em que desenvolvi mais softwares.

Um deles foi o Network Pinger, que se destinava a ajudar a transformar uma tarefa que antes levava perto de 20 minutos na Netcabo, numa tarefa que era feita com 10 segundos apenas, com navegação automatizada, em que o programa navegava automaticamente pelas páginas, seleccionava opções correctas, sacava os dados, pingava milhares de modems (quando as alternativas na Internet crashavam após x.000 hosts adicionados), e até apresentava relatórios.

Como é óbvio, lancei como Freeware para todos usarem, mas não quis dar o código à Zon Multimédia pois, eles tinham pessoas a ganhar muitos milhares do mês para o fazer, não era eu de sistemas que ia criar, e dar-lhes o código.

Por isso nunca tornei o código dele open-source, ficou sempre Freeware. Mas funcionou muito bem, usei-o muito por lá.

Fica aqui uma imagem do mesmo:

Network Pinger
Network Pinger

Outro que criei mais tarde, foi o Emailer Plus.

Queria um programa de envio de emails automatizado, em que houvesse uma espécie de “polimorfismo”, para que cada email fosse alterado de forma automática, com textos, mensagens, remetendes, etc, tudo diferente de email para email, segundo certos padrões até de ordem aleatória de parágrafos e frases, etc, para que os emails fossem o mais indetectáveis possível, para dar origem ao que provavelmente foi o maior envio de emails a nível nacional para ajuda de uma causa, que foi a ILCao (Iniciativa Legislativa de Cidadão contra o Acordo Ortográfico).

Segundo estimativas minhas, tive 23.000 likes numa página, e apenas 1% das pessoas acabava por fazer like em média naquela altura, por isso devo ter tido na página mais de 2 milhões de visitas reais, ou entre 500.000 a 2.000.000 de visitas reais (que o site também acusava), o que significa que milhões de pessoas devem ter chegado ao site www.portuguespt.com criado para o efeito.

Fica abaixo uma imagem dele:

Emailer Plus
Emailer Plus

Criei outros softwares, todos com um fim, mas deixo apenas estes dois aqui.

O Network Pinger chegou mesmo a ser publicado nas maiores revistas de IT da Europa, como a maior da Dinamarca, uma da Alemanha, etc.

Como sempre, usava a Programação como mera ferramenta para os meus objectivos, e no caso do Network Pinger, era o de facilitar o trabalho a mim e à equipa que tinha (automatização), e no caso do Emailer Plus, era o de ajudar uma causa.

Existiram outros projectos como o Tradutor Ibérico, que retomei em 2019, entre outros.

Aliás, ainda deixo o M.A.T., que na altura criei para testar trading systems:

O meu projecto MMAT, relacionado com Sistemas de Trading Mecanizados...
O meu projecto MMAT, relacionado com Sistemas de Trading Mecanizados…

2009 – Livro da Bolsa – Introdução à Análise Técnica:

Durante a estadia no Projecto Ceon do Tagus Park (Netcabo), comecei a escrever o Livro da Bolsa – Introdução à Análise Técnica, agora disponível em www.livrodabolsa.com.

Mas deixei-o parado (como faço com tudo), durante anos e anos. Em 2010, com o tempo livre extra, decidi juntar as folhas todas, e ao invés de lançar uns 6 ou 7 volumes como queria, lancei apenas este primeiro e fiquei-me por ele.

Está disponível de graça na Internet na página acima em formato PDF, e tem 564 páginas. Infelizmente não verifiquei erros de escrita, nem o horrível erro de palavras com “â” em palavras terminadas em “mente” (que não devem ter â), devido a um dicionário com erros que usei no Tagus Park e que me estragou centenas de palavras.

Mas tem informação muito boa, segundo dizem (vejam os feedbacks no site).

No Futuro quero antes escrever livros a ensinar a criar sistemas de trading mas estes da Bolsa não devo continuar, ficará em princípio sempre pelo 1º Volume apenas, a Introdução à Análise Técnica.

A foto da capa, é da vista linda que tenho na casa do Porto, que considero ser a mais bonita do país em termos de vista urbana.

Acima falo de outros projectos relacionados.

Deixo uma imagem deste livro abaixo:

Livro da Bolsa Vol. 1 - Introdução à Análise Técnica
Livro da Bolsa Vol. 1 – Introdução à Análise Técnica

2006-2010 – Administração de Sistemas para Zon Multimédia na Portugal Telecom das Picoas:

Nessa altura, ainda pela Safira (agora KPMG) em Outsourcing, convidaram-me para ir para a Direcção de Redes e Serviços de IP da Zon Multimédia, posteriormente designada de (Direcção de Operações e Gestão de Infraestruturas) e Direcção de Serviços e Operações.

Lá, administravamos os sistemas e redes e outras coisas (como 1ª Linha), de perto de 500 servidores, do que era na época o maior ISP nacional.

Aqui era também tool-builder, e desenvolvia ferramentas para a equipa (programava aplicações ou scripts).

Entrei para algo que adorava, a Primeira Linha, pois no local tínhamos duas opções, na Primeira Linha, tratávamos de todas as áreas, Rede IP, CMTS/Acesso, Sistemas, Voip, Security Response, e até VOD/TVCabo em certas coisas. Isto era perfeito porque lidaria com todas as áreas, e eu polímata como sou, com tendência a gostar de todas as áreas, adorei esta opção.

A segunda era a Segunda Linha. Esses tratavam dos casos mais específicos e que levassem mais tempo, casos mais complicados que não podiam ser resolvidos rápido, teriam de ser escalados a eles.

Nessa Segunda-Linha, por um lado poderíamos evoluir mais numa área específica, como fazer mais apenas em VOIP, ou Rede IP, ou Sistemas, mas não teríamos contacto com as outras.

Perguntaram-me a dada altura se queria ir para a 2ª, mas sempre quis permanecer na primeira, e mantive contacto até ao fim com as várias áreas como gostava.

E não tínhamos obviamente contacto com o público, tínhamos telefones para uso interno apenas.

Era altamente, pois tínhamos além do portátil, um computador para trabalho, e até uma tv com box para podermos testar alguns sistemas, etc.

Outra razão que me levou a querer ficar sempre na Primeira Linha, foi a de que de noite só existia a Primeira Linha, e a Supervisão, que era uma equipa pequena de colegas que só viam alarmes que apareciam para nos alertar.

Eles viam os problemas a surgir, alertavam-nos, e nós resolvíamos, e se fosse algo que levasse muito tempo, escalávamos à Segunda Linha, para evitar bottlenecks.

E eu queria trabalhar de noite, adorava o turno das 24 às 8, e nos primeiros dois anos nem tínhamos a Supervisão no local, e ficava lá eu sozinho das 24h às 8h.

Esse turno ninguém queria, não só porque era de noite, mas também porque se houvesse algum problema que a pessoa que lá estivesse não soubesse resolver (e era preciso saber de muita coisa, cheguei a ter um currículo só com 9 páginas a relatar tecnologias com as quais tivemos contacto), essa pessoa teria de acordar quem estava de prevenção na Segunda Linha para ter ajuda.

Como é óbvio, a pessoa tinha de saber o que fazia, pois se alguém ligasse para a Prevenção acordando alguém, por algo que deveria saber e não sabia, essa pessoa ficava em cheque.

Assim muitos tinham horror à noite, e eu adorava-a. Estava à vontade, e só ligava para a prevenção quando era mesmo necessário, como num dia que devido a uma worm dezenas de servidores caíram, e tiveram de ir vários da Segunda Linha ajudar pessoalmente pois eu era só um e mal conseguia sequer fechar alarmes. 😀

Foram anos giros, em que tive contacto com todas as áreas da administração de sistemas, desde corrigir problemas em bases de dados, fazer failovers, mover contas de email, criar redes para clientes quando alguma zona ficava quase sem IPs disponíveis, resolver problemas de VOIP, acesso, etc, etc!

Fazia literalmente de tudo, desde Sistemas a Redes, a Voip, era altamente.

Claro que não me aperfeiçoava ao máximo numa só área, ou tinha um pouco de todas as áreas, ou tudo de uma área apenas.

Escolhi ter de tudo um “pouco”, mas o “pouco”, tem de ficar entre aspas. 🙂

Uma das aplicações que desenvolvi, foi o Network Pinger que deixo acima, ou o IPMC Alerter que era para o IPMC da Siemens (sistemas VOIP), que criei para ajudar a Supervisão na monitorização, entre outros, sendo que o do IPMC não dá para mostrar aqui, mas o Network Pinger exibo acima.

Foi durante estes anos que tirei as únicas certificações que tive, que à excepção de umas que tirei em 2019/2020 e não vale a pena colocar, tirei porque por cada exame que fizesse com mais de 90% eu tinha direito a duas semanas de auto-estudo, às quais chamávamos “duas semanas de férias”. Tirei assim certificações várias da Microsoft e outras.

Em 2010, a equipa iria ser assimilada pela Reditus/Tecnidata, e nós ou entrávamos na nova equipa e nova empresa, ou saíamos.

Na altura como queria viver no Porto, saí, e mudei-me para o Porto.

Mas foram bons tempos, fica abaixo a foto que mostra o local onde trabalhei no datacenter da PT Multimédia e onde fiz noites espectaculares a tomar conta do país: 🙂

Portugal Telecom, nas Picoas - Lisboa
Portugal Telecom, nas Picoas – Lisboa

2006 – Vai Tudo Abaixo e outros projectos:

O Vai Tudo Abaixo, foi um dos projectos de terceiros onde quis participar, na altura achei que um programa como aquele faria falta na TV nacional, e dei uma ajuda com a divulgação na Internet, criando também o domínio de Internet, onde colocámos o fórum que era divulgado nos programas de tv, e que se encontra activo até aos dias de hoje, estando em 2021 o www.VaiTudoAbaixo.com ainda activo, pois nunca o deixei expirar.

O Vai Tudo Abaixo, incluiu na altura o site dos Homens da Luta, o da Música é Alegria (festival Eurovisão), etc.

Além desse, ainda tenho activo o www.Max-PT.com, que chegou a ser o fórum nacional com mais inscritos na altura, tendo tido mais de 300.000 inscritos lá para 2003-2006, mas os antigos admins quiseram todos deixar o projecto devido a pressões, e eu não quis deixar acabar, mantive-o vivo com um novo formato, que pode não ter dado em nada de especial, mas foi o suficiente para as pessoas se encontrarem e definir novos caminhos. Mantive-o activo até aos dias de hoje.

Portais regionais, como o de www.MirandaDoDouro.com, o qual nunca acabei por falta de tempo, e onde quis criar o 1º dicionário 100% automatizado de Português-Mirandês. Entre vários outros projectos.

O meu problema era começar muito projecto em simultâneo e devido a isso, não ter tido tempo para terminar nada.

O Vai Tudo Abaixo deixou-me uma bonita recordação, dado que, apesar de eu na altura desejar ser anónimo (tentei manter anonimato em tudo até 2017/2018), eles sem eu saber colocaram o nome “Gonçalo Ferreira” no genérico final, que poderão ver abaixo, que na altura achei uma atitude impecável, e que agora me faz ficar contente, pois com a mania de ter sido anónimo em tudo, tenho poucas recordações da época com o meu nome real e não nicks ou nomes diferentes.

Fica a imagem abaixo como recordação, daqueles que foram, bons tempos. 🙂

Fica uma recordação do meu nome no programa, eu na altura não quis, porque queria ser anónimo, mas foi uma surpresa da equipa, e hoje em dia por acaso gostei, pois é giro recordar:

Vai Tudo Abaixo - Gonçalo Ferreira na gestão de conteúdos web
Vai Tudo Abaixo – Gonçalo Ferreira na gestão de conteúdos web

2006 – O reconstruir do BolsaPT, o mais antigo fórum de Bolsa nacional:

Em 2000 eu tinha abandonado a Bolsa, e aos poucos tudo o que tinha criado nos anos 90, coisas que nem terei tempo para escrever aqui.

Mas em 2006, decidi fazer renascer o projecto BolsaPT, que havia sido o primeiro fórum de Bolsa do país, com acordos anteriores com jornal Independente, Rádio Renascença, etc, e que eu havia também abandonado.

Decidi reconstruí-lo, e dei vida novamente ao domínio de Internet já com 8 anos na altura, agora em 2021 com 23 anos.

Reconstruí tudo do zero, e tentei colocar gráficos modernos e cotações livres para todos, e fui melhorando aos poucos.

Em 2012 por falta de tempo acabei por o deixar ir abaixo um bocado, mas foi em 2016 que decidi de novo renovar tudo, mas nessa altura o Artigo 11 e 13 veio a estragar tudo, e encontra-se em 2021 abandonado de momento, mas ainda em cima.

Falo disso mais acima e falarei mais noutros posts.

Fica uma recordação do mesmo, e hoje em dia continua abandonado com o mesmo layout…

BolsaPT, o 3º grande layout, mais moderno, mas agora obsoleto...
BolsaPT, o 3º grande layout, mais moderno, mas agora obsoleto…

2005 – Safira Operações (agora KPMG), no Tagus Park em Oeiras, na Netcabo:

Em 2005, decidi voltar à Netcabo, e entrei através da Safira Operações, por ser uma empresa muito falada na altura, que recebiam dezenas de currículos por mês, e veio a ser 3 anos seguidos a melhor empresa para trabalhar no país (das médias empresas) segundo a revista Exame, e gostei de lá estar.

Em 2005 fui para o projecto CEON da TVCabo, de aprovisionamento, e foram tempos giros.

2004-2006 – Sistemas de trading mecanizados, e o nascer da GFX-Trading:

Este foi um trading system que deu 19.000% de lucro em 3 anos, no par cambial EUR/USD a 10/1 de alavancagem, com margin calls incluídas:

The G-System Trading System...
The G-System Trading System…

No final da estadia na Netcabo, estava já eu no trabalho a desenvolver sistemas de trading mecanizados, tendo mostrado a alguns colegas esboços de sistemas para a Portugal Telecom criados no Metastock que havia comprado em 1999 nos tempos da Bolsa como DayTrader.

Em 2004, eu pensei: “Disse a mim mesmo que nunca mais investiria, mas porque não criar sistemas que investem sozinhos?”, como forma de tentar contornar a minha promessa.

Apesar de ter criado sistemas muito bons, um sistema nunca deve investir de forma 100% automatizada por vários motivos que não explicarei aqui, por muito bom que seja, pelo que isso, aliado ao facto de uma pessoa me ter feito ver que eu não devia cair nesse vício da Bolsa novamente, e que era melhor viver a vida, nunca tentei fazer dinheiro com eles.

Contudo, fiquei com sistemas muito bons nas mãos.

Um amigo falou-me na altura que eu só conseguiria saber se algo é bom, se as pessoas pagarem dinheiro real por essa mesma coisa.

Por isso, eu tive de concordar com ele, e criei o GFX-Trading.

Após exibir na Internet os lucros em tempo real do sistema, e ter até emails recebidos com ordens do mesmo para poder provar mais tarde que os ganhos eram reais, tinha de colocar num website algo 100% funcional e que investisse em tempo real:

Recordações do sistema de trading a que originalmente chamei de G-System...
Recordações do sistema de trading a que originalmente chamei de G-System…

Criei assim o www.gfx-trading.com – Sistemas de Trading Mecânicos, e nele deixei que um grupo de amigos gerisse os pagamentos e eu dava o sistema, eu só queria saber se as pessoas pagavam por ele, para saber se era bom.

Começou por 100€ ao mês, e a dada altura eu queria desistir dele, e subi até 300€ por mês, e reparei que as pessoas não desistiam.

Tomei a decisão de desistir do sistema, e as pessoas falaram-me “Por favor, não desista, nós pagamos mais”.

Uma delas era um Sr. invisual do Brasil, que faria muito dinheiro segundo ele dizia, com o sistema:

GFX-Trading.com
GFX-Trading.com

Mas eu não podia estar a alimentar aquilo assim, e não queria ganhar dinheiro com aquilo, queria dar de graça a todos.

Mas era incrível como eu em 2005 já tinha sistemas que conseguiam gerir de forma automática as carteiras de clientes, nas suas próprias correctoras, na Internet, sem eles fazerem nada, coisa que as grandes empresas levaram mais de 10 anos a conseguir, e muitas ainda não têm:

GFX-Trading Server-Client Diagram
GFX-Trading Server-Client Diagram

Daí ter parado o sistema, e ter deixado uma mensagem a dizer que um dia daria o sistema de graça a todos.

Já passaram mais de 13 ou 14 anos, estamos em 2021, e eu ainda não o fiz, por falta de tempo, mas irei fazer.

Espero que esse senhor invisual do Brasil, não tenha perdido dinheiro ao investir sozinho.

Mas eu não podia, eu queria dá-lo de graça e não ter gente a ganhar dinheiro com ele, fossem amigos ou não, ou até eu.

Em 2021, estou a trabalhar num trading-system back-tester, para fazer relatórios, manuais, para um dia publicar o sistema de graça finalmente para todos, é um dos meus projectos principais em 2021:

2021-02-17 - Garantindo que o Back-Tester não olha para o futuro dos dados, em C/C++...
2021-02-17 – Garantindo que o Back-Tester não olha para o futuro dos dados, em C/C++…

Contudo, sistemas que diziam ser impossíveis de criar, já eu tinha a funcionar lá para 2004/2005, e a dar resultados em tempo real na Internet.

Ele tinha um servidor criado no back-end a tratar dos sinais, e um cliente que programei que funcionava na casa do cliente, que depois interagia com o software Metatrader, para fazer com que o cliente Metatrader do cliente desse ordens em tempo real, de forma 100% automática, interagindo com o meu servidor.

Um sistema 100% automático, tanto no servidor, como na máquina do cliente, a investir em tempo real, de forma 100% automática.

No princípio do século/milénio já.

Em 2022 conto poder já publicá-lo e dar finalmente as fórmulas do GFX-Trading, um dos meus sistemas mais básicos, a todos.

2000-2004 – Netcabo, pela Novabase e Octal Engenharia de Sistemas:

No fim do Verão de 2000, estava já eu a ficar muito em baixo (a entrar em depressão), por estar a ver o meu pai nos seus últimos meses de vida, com uma doença terminal incurável, tinha eu já deixado a Bolsa por não conseguir tomar decisões assim (o que levou a que o meu canal #dinheiro fosse dividido entre vários outros, e o pessoal levado para um certo fórum que se veio a tornar famoso, o Caldeirão de Bolsa), e a que meses depois ao voltar ao canal, o visse abandonado e todo o pessoal no tal site, mas na altura nem quis saber, estava muito em baixo.

Um dia surge-me que nem um anjo para me salvar da depressão, um amigo de infância, o Rui, a bater à porta da janela, e perguntou-me se não queria ir para uma empresa que estava a crescer mais de 100% ao ano, de tecnologias, e que iria trabalhar para a Netcabo, e xpto, etc.

Ele conseguiu convencer-me, e eu aceitei ir.

Passei a ser um dos elementos da 2ª Linha Especializada Netcabo, da Octal (Novabase), na Netcabo, na Rua Passos Manuel, em Lisboa.

Éramos nós, a nossa pequena equipa, que tínhamos de resolver todos e quaisquer problemas que as restantes secções não conseguissem resolver.

Só tenho a dizer que foi o local que até hoje me deixou mais saudades de todos, foi aquele em que, das recordações com que fiquei, mais gostei de ter trabalhado até hoje.

Trabalhar lá ajudou-me a recuperar. Apesar de ter perdido o meu pai apenas em Março de 2001, esse trabalho ajudou-me bastante durante os meses em que ele passava grande parte do tempo nos cuidados paliativos.

A Netcabo estava ainda um caos, ainda a formar-se, com desorganização, e a nossa equipa tinha total liberdade ao contrário das outras, e até podíamos jogar na sala de trabalho, ver filmes, desde que fizéssemos o nosso trabalho bem.

Com isto veio muita coisa, diversão, pessoal 5 estrelas.

São recordações muito boas que tenho destes tempos.

Cheguei a pedir para fazer 2 turnos de seguida por dia para esquecer a perda do meu pai, e isso ajudou-me.

Foi nessa altura que virei fã de Linux, e que comecei a aprender Cyber-Security, Redes, etc (por conta própria).

Passei pouco tempo após a entrada ao atendimento empresarial, em que configurávamos ou ajudávamos a configurar redes empresariais de clientes por telefone.

Pelo meio até cheguei a ser dos que montaram as primeiras 500 set-top boxes para a TVCabo, junto com outros colegas da equipa.

Cheguei também a começar uma página de agendamentos de feedbacks de técnicos da TVCabo no Tagus Park de Oeiras, em PHP e MySQL (LAMP).

Foram tempos muito giros, mas é complicado explicar tudo por aqui, fica para outros posts e vídeos.

Foi também nestes anos, que descobri que o dinheiro não trazia qualquer felicidade, e que decidi nunca mais investir na Bolsa, apesar de sempre ter feito dinheiro fácil com ela, e passar a vida a trabalhar para viver, como todas as outras pessoas.

E nunca mais voltei a investir, lembrando-me também de algumas das últimas palavras que o meu pai me havia dito, de que não devia passar dias inteiros agarrado ao computador a investir na Bolsa, que deveria aproveitar a vida e sair, pois de um dia para o outro partíamos e depois era tarde para o fazer. Que devia gozar mais a vida.

Fica uma recordação desses tempos:

Eu, Gonçalo Ferreira, na Netcabo, no edifício Passos Manuel em Lisboa, algures entre 2001 e 2003, penso que em 2003...
Eu, Gonçalo Ferreira, na Netcabo, no edifício Passos Manuel em Lisboa, algures entre 2001 e 2003, penso que em 2003…

1999 – O começo da carreira como DayTrader – Mercados Financeiros:

Decidi começar com 100€, para experimentar, comprando algumas acções na Nova Rede da Amadora, e eram tempos engraçados, em que só podia vender três dias após comprar as acções, e que tinha de ver as cotações nos jornais, ou na televisão (descobri eu mais tarde), no teletexto.

O meu pai ficou contente por me ver assim motivado, e até me falou que metesse mais 400€, ou seja, 500€, e eu falei-lhe “Vais ver que no fim do ano tenho 1000€”.

No fim do ano não ía com 1.000€ mas sim 100.000€.

Foram tempos engraçados, foi nessa altura que criei o famoso canal #dinheiro do IRC, onde as pessoas acediam pelo Mirc, e era “op” no canal #bolsa, e aconteceu tanta coisa, que criei vídeos em separado a falar desses tempos.

Pelo meio trabalhei na Câmara Municipal da Amadora, como foi descrito no ponto abaixo.

Em Março de 2000 cheguei a ganhar em apenas um dia 45.000€, e fica abaixo uma imagem de como era um dia de trading meu na altura:

Março de 2003, um dia de trading meu...
Março de 2003, um dia de trading meu…

E cheguei a ir ao maior concurso Português de Bolsa, o Netbolsa 2000, onde no meio de perto de 5000 concorrentes, dos que tinham mesmo de pagar para participar, salvo erro 25 contos (ou 25 euros? Nem lembro), fui um dos premiados e fui assim ao jantar de gala com presidentes de bancos e corretoras no Verão de 2000, tendo aparecido também nos mídia como Jornal de Notícias de 7 de Julho de 2000.

Mais tarde vim a deixar a Bolsa por estar a ficar deprimido após perder o meu pai (que Deus o tenha), e o que me ajudou a não entrar numa depressão grande, foi ter ido trabalhar para a Novabase, coisa que falarei acima.

1999 – Câmara Municipal da Amadora:

A psicóloga do IEFP da Amadora, sabia como eu era, e tinha pena de me ver sem estar entregue a uma empresa ou algo que pudesse tirar mais proveito de mim e onde pudesse vingar na carreira.

Assim, um dia, o chefe de secção de um departamento da Câmara Municipal da Amadora, desejava um profissional de Informática, programador, que fosse dado pelos seus conhecimentos na matéria, e não lá fosse parar por motivos políticos, já que como todos sabemos, entram nas câmaras municipais muitas pessoas através dos partidos.

A psicóloga, que foi 5 estrelas e de quem ainda me lembro mas não vou deixar o nome aqui por não ter pedido autorização, referiu-me, e fui segundo o que me falaram mais tarde, a única das muitas centenas de pessoas que entraram naquele ano (perto de 900), que não fui pelo partido.

Foi essa psicóloga que me explicou pela 1ª vez que as pessoas ao meu redor não eram lentas, que eu é que era algo diferente, falo mais sobre isso abaixo na secção da Década Informática.

Gostei de estar lá, ajudei a desenvolver certas formas de controlo de obras públicas, com visualização em gráficos, etc.

Mas por um lado tinha-me sido dito que nunca poderia evoluir mais do que uma certa categoria, por não ter universidade feita, ou seja, que nunca passaria da categoria de técnico-profissional.

Por outro, eu estava muito limitado nos meios que podia usar, e os técnicos de informática mesmo da câmara é que tinham mais meios e tomavam decisões finais com as quais não podia concordar, e não poderia desenvolver a fundo o que desejava.

Para piorar a situação, perdia dinheiro por estar na câmara.

Para ganhar uns talvez 700€ ao mês na altura, perdia dezenas de milhares de euros, ao chegar a casa tarde para vender acções que tinha comprado. Pois não tinha acesso à Internet, não tinha forma de consultar facilmente por telemóvel, e perdia dinheiro só de ali estar.

Num só dia cheguei a perder uma subida brutal da Compta por não poder estar actualizado, dezenas de milhares de euros de potencial ganho que perdi.

Por isso, acabei por ter de sair da câmara, por muita pena pois estava até a 50 metros de casa e era algo engraçado, mas não tive outra solução.

Mas foram tempos giros, em que vi mapas e planos de obras que só se realizaram décadas depois! 🙂

Mas deixo uma foto da câmara, como recordação dos velhos tempos:

Câmara Municipal da Amadora, onde trabalhei no GEP - Gabinete de Estudos e Planeamento...
Câmara Municipal da Amadora, onde trabalhei no GEP – Gabinete de Estudos e Planeamento…

1998 – Técnico de Electrónica na Facovideo:

Em 1998, queria seguir algo na electrónica, e como adorava videojogos, e sonhava em ter acesso aos jogos de arcade que em casa não tinha ainda, decidi concorrer a um emprego que vi por acaso no jornal, que falava em técnico de electrónica.

Falei com eles, e disseram-me que se estivesse lá x tempo, não sei se era 1 ou 2 anos, que ganhava a carteira profissional de técnico de electrónica, com o que iria aprender lá e experiência profissional.

Aceitei ir, e adorei durante alguns tempos, apesar de ter passado mais tempo a tempo a carregar máquinas de jogos para as carrinhas e andar nas estradas para as entregar, do que propriamente a jogar.

Nós raramente jogávamos os jogos, apenas o fazíamos após os instalar dentro das máquinas, para ver se estava tudo bem. E afinal não fazíamos tanta electrónica assim, fazíamos mais era criar cabos JAMMA, e soldar coisas e tal, raramente poderíamos fazer upload de uma ROM para um chip de EPROM, a maioria do trabalho, tipo 90%, era transportar máquinas.

Apesar de tudo, adorei. Adorei andar pelo país, nas carrinhas com os colegas, a entregar máquinas nos cafés e bares, e levantar outras.

Fiquei a conhecer muitos locais do país, muitas pessoas, passear, era altamente.

E de tempos a tempos, alguns de nós íamos à Albufeira, no Algarve, entregar máquinas e trazer outras de volta. Numa carrinha HIACE com um taipal elevatório de quase uma tonelada, a carrinha não dava mais de uns 90 KM/h e nas subidas uns 50 km/h, e balançava para os lados como uma barcaça.

Mas foi altamente, adorei aqueles tempos.

Mas na altura, cansei-me a dado momento, e acabei por sair, alguns meses depois.

Mas o que me levou mais a sair, foi um dia, estar a andar de carro com o chefe da empresa no momento, e ele falou-me na altura que tinha comprado milhares de “contos” em acções da EDP, ao qual eu lhe respondi “seria melhor comprar acções de empresas com elevada taxa de rotação de bens”, explicando-lhe que era com especulação que se fazia dinheiro rápido.

Ele olhou para mim com uma cara meio estranha, e disse-me “olha lá, se sabes tanto disso, porque é que não és rico?”.

Ele abriu-me os olhos. O que estava eu ali a fazer?

Saí, e fui para casa no fim desse ano de 1998, a pensar em ir para a Bolsa.

Mas lembro-me de um dia por lhe ter dado a entender que era mais forte que eles, que me mandou ir entregar umas mesas de snooker com outro aparentemente forte, a pensar que eu me ia desmanchar. O giro é que eu vi o homem em esforço com as pedras pesadas, e eu na maior sem qualquer esforço (se virem a secção do “Vegan Strongman” irão perceber que tenho muito, MUITO mais força que o normal), e no fim quem se mostrou fraco foi o homem que foi comigo hahaha. Bons velhos tempos!

1998 – Década Informática – Técnico de Informática, na Amadora:

Aqui estive x meses, acho que 8 meses, pelo IEFP, derivado do curso de Burótica que frequentei, o qual me proporcionava este estágio depois como experiência profissional.

Foi aqui que os dois engenheiros, que eram 5 estrelas, e que tratavam da reparação de computadores Compaq e Dell, me perguntaram um dia, o que faria eu para limpar a password do computador. Ao qual respondi: “retiro a pilha durante x segundos até limpar a memória e volto a colocar e a password foi-se”.

Uma coisa tão básica mas que os deixou espantados na altura, pois começaram talvez a perceber que o Futuro viria aí, onde todas as pessoas saberiam fazer o trabalho deles, e que os salários de milhares de euros ao mês (mais do que imaginam), iriam acabar um dia.

Mas eles foram 5 estrelas.

Fui com eles montar racks de servidores na Protecção Civil de Carnaxide, vi um servidor para os CTT de Lisboa com 8 discos smart-scasy e com 32 MB de memória, o que na altura era fenomenal (eu tinha uns 2 em casa), etc.

Foram tempos muito giros.

Mas o engraçado é que no início tinha sido levado para lá com o intuito de me porem como pre-sales e sales, pois precisavam de alguém que soubesse de Informática e tivesse uma certa imagem para os ajudar com as vendas. Eles ganhavam muito, pois cada um tinha x clientes associados, e cada venda de milhares de portáteis que uma empresa pedisse, era muito dinheiro para eles.

Mas um dia um Sr. 5 estrelas entrou lá na sala, e viu-me a programar em Quick Basic (que vinha com o DOS 5), um algoritmo que fazia com que muitas estrelas de 1001 cores e formatos e feitios andassem pelo ecrã, e ele ficou espantado e achou lindo, e foi ele que me perguntou se não queria ir lá para baixo trabalhar com os engenheiros.

Foi assim que lá fui parar abaixo, onde não programei mas mexi em hardware, equipamentos de electrónica, foi giro.

Foi aí que vi que um deles tenha de enviar o pc, e sem querer tocou na memória de um dos pcs, e me falou “queres ver que daqui a uns meses vem de volta avariado?”. Anotámos o número, e passado x meses ele veio, avariado. Nós tínhamos pulseiras anti-estáticas para evitar que isso acontecesse, mas por vezes acidentes aconteciam. Mas estava na garantia.

Foi lá que vi também uma impressora Tectronix linda enorme de cera, imprimia a cores papeis enormes para colocar em exposições, e eram impermeáveis à água.

Enfim eram tempos muito giros, também deixaram saudades.

No fim quis vir embora ao invés de ficar lá como pre-sales e sales, como eles queriam.

O costume, era um jovem rebelde, e quis fazer coisas novas…

Deixo abaixo como recordação a chave que usava para abrir portas, bastava aproximá-las das portas e elas abriam, algo que para mim na altura era uma mordernice altamente:

A chave que usava na Década Informática para abrir portas, algo muito moderno na época...
A chave que usava na Década Informática para abrir portas, algo muito moderno na época…

1997 – IEFP, e a escolha entre o Curso de Controlador de Tráfego Aéreo e o Curso de Burótica pelo IEFP:

Em 1997, eu tinha ido ao IEFP fazer exames e testes de psicotécnicos, para saber que cursos poderia frequentar.

Foi aí, ao resolver umas que dezenas de contas em 20 e tal segundos (num tempo máximo de 60 segundos), de cabeça, e ao passar metade do minuto a olhar para as potenciais colegas nas mesas ao lado, a fazer as contas no papel, e a chegarem ao fim do minuto ainda na 2ª ou 3ª conta algumas, que pensei “haha coitadas, estas não devem frequentar qualquer curso”, que percebi mais tarde que eu tinha algumas vantagens à partida.

A psicóloga desse IEFP na Amadora, disse-me que eu tinha passado grande parte do tempo a ver o que os outros faziam. E eu tinha dito algo tipo “sim, estava a achar estranho como estavam a demorar tanto tempo para fazer as contas, que havia pessoas que num minuto fizeram apenas 2 ou 3 contas e ainda por cima usavam lápis e papel para as fazer, o que é estranho”. Ela respondeu-me que “não, não é, o que fez é que não é habitual”. E explicou-me que não é normal eu ter feito as contas todas de cabeça tão rápido e ter passado o resto do tempo a observar os outros.

Foi aí que compreendi que talvez as outras pessoas não fossem tão lentas assim, e que afinal era eu que era diferente, e não as outras pessoas que eu conhecia. Já deveria ter chegado a essa conclusão, afinal o que seria mais provável? Estar eu mal ou tanta gente à minha volta?

Ela quis-me fazer outro tipo de testes, e fui lá um dia após jogar ao Crash Bandicoot na Playstation, e lembro-me de ter tomado um Valdispert, pois eu odiava testes de QI e psicoténicos e coisas do género, pois me enervavam, não gosto de sentir que estou a ser avaliado.

Fui fazer os exames, e estava tudo no máximo como é costume, menos no da atenção, que desta vez tinha mais do que da anterior, que não tinha chegado ao máximo na anterior e nesta estava já no topo também.

Ela tinha-me perguntado se eu tinha feito algo antes de ir para lá, e expliquei, que joguei ao Crash Bandicoot e tomei um Valdispert para estar mais calmo.

Tive a chance de ir fazer testes mais complicados, pois os que fiz só mediam até um certo ponto, porque um dia fui a pedido da minha mãe a uma entrevista com uma psicóloga do Vigilante, na Amadora, e ela ficou muito contente e motivada com os meus testes, e referiu-me que os dela não davam para avaliar o tal QI, e que só conhecia uma pessoa que tinha uns testes que pudessem ir mais longe, e que ela trabalhava nos CTT (Correios de Portugal), e que ela estaria muito interessada em conhecer-me e me daria uns testes especiais que já poderiam avaliar mais, e que eu garantidamente ficaria lá a trabalhar depois.

Na altura não quis, eu era meio rebelde. Fiquei-me por ali.

Na minha cabeça era simples: “Para quê saber se tenho algum limite mental com o QI xpto? Prefiro estar assim, sem limites”. Sabia que tinha acima de x valor, e para mim era o suficiente. Nunca quis saber qual tinha, nem quererei, prometi a mim mesmo que não faria mais testes desses.

Assim sinto-me, “sem limites”. Afinal de contas, o meu principal mote de vida é: “Se é possível, eu consigo”. Para quê definir limites para o que posso atingir?

Por isso quando alguém me pergunta o meu QI eu digo que é acima de x mas que não sei quanto é nem quero saber. 😀

A psicóloga do IEFP ia enviar-me para um curso de controlador de tráfego aéreo, acho que na TAP (não recordo onde era), mas passado algum tempo veio a saber que tinham terminado, e para me compensar, deu-me um curso à escolha, mas o único relacionado com computadores que havia, era o de Burótica, e eu escolhi o curso, com mais de 1300 horas, e com estágio profissional, curso feito na Escofor na Amadora.

Este curso, foi mais um curso em que me recordei porque não gostava de ter aulas, com por exemplo o episódio em que tive de responder à pergunta de quanto ocupava o Word para o Windows, à qual respondi “uns 200 e tal MB o que será muito em máquinas XPTO ou pouco nas máquinas XPTO”, etc, o que achei ser uma resposta correcta, e afinal tive errado porque deveria ter respondido apenas um Sim ou Não.

Com estas coisas, devo ter sido o pior aluno em Informática da turma, com uns meros 15 ou 16 (os outros não sabiam nada de Informática), e continuei com aquela mentalidade na cabeça, de porque raios vale a pena estudar se quanto mais soubermos mais castigados somos?

Isto porque a Sociedade pelos vistos privilegiava mais quem seguia à risca o que lhes era imposto (como responder “SIM” ou “NÃO”), do que a quem tinha conhecimento real, mas não obedecia às normas impostas.

Foi um curso espectacular, um dia colocarei aqui foto tirada com os colegas, em Belém, pessoas 5 estrelas, que como é hábito, deixei de ver, pois sempre fui desligado das pessoas na altura, o tempo passava, e quando reparava, tinham passado 10 anos e nunca mais tentei falar com eles.

Mas foram tempos giros, e eram colegas 5 estrelas.

Na altura andava meio revoltado com instituições de ensino, em especial porque (modéstia à parte) era o melhor programador da turma no Liceu da Amadora e a professora de Informática queria-me chumbar, faltou para não entregar um trabalho, e levei um 10 quando todos levaram muito mais, no 10º ano. Mas confesso que a culpa também foi minha, pois mandei a rede Novell abaixo na altura, e ela teve de chamar técnicos especializados que simplesmente subiram a rede, e ela passou uma vergonha frente aos alunos todos, e penso que alguém lhe contou que tinha sido eu, e vingou-se. Felizmente só a apanhei no 10º ano. 🙂

Depois tive professores espectaculares, a Elsa e o Bruno, que me quiseram dar 20s, e o resto dos professores não tinha deixado darem mais do que 18, só porque eu nas outras aulas não estudava nada, enfim, na altura achei ridículo, e depois com o episódio acima, ainda mais revoltado fiquei (coisa de adolescente), não queria saber de nada.

A psicóloga do IEFP, ainda me perguntou se não queria tirar um curso de formação de formadores e tornar-me formador pelo IEFP.

Mas na altura eu achava que me faltava experiência ainda, real, e que só com ela deveria formar, pelo que adiei a decisão, e ainda por cima era meio rebelde na altura e revoltado com o Ensino (após os episódios acima), tendo tomado a decisão de me dedicar de vez à Formação em 2018, e que iniciei em finais de 2021.

Se me tivesse tornado formador nos anos 90, provavelmente teria já mais de 20 anos de carreira na Formação, mas provavelmente teria um currículo menos rico em termos de todas as empresas onde já estive e que frequentei.

1996 – Banco Nacional Ultramarino:

Neste ano, o estágio seria para alunos com melhores notas, em empresas melhores, e acabei por ir parar ao Banco Nacional Ultramarino de Cabo Ruivo, apesar de só ter média geral de uns 14 ou 15 (não estudei absolutamente nada mesmo daí as notas, e eram mais baixas se não fossem os 18’s a Informática na programação, que os professores queriam dar 20 mas o Liceu não deixou).

Mas como diziam ao coordenador que eu sabia mesmo programar, disseram-me que era um estágio muito fixe, etc. Enfim.

Era o tempo da Expo 98, e estive na agência que geria as contas da Expo, e cheguei a ver perto de 100 milhões de contos (uns 500 milhões de euros agora), em contas Hot Money no BNU.

Foram tempos engraçados, mas percebi logo que não queria passar a vida inteira a andar de fato e gravata.

Contudo, na altura a zona da expo estava pouco desenvolvida, havia um cheiro forte a químicos com uma fábrica de colas que lá estava, e até ia comer ao almoço a pequenos cafés antigos que lá estavam perto, mas era ainda uma zona cheia de indústrias.

Lembro-me de ir lá pelas traseiras a uns cafés onde vendiam sandes, e até bebia umas garrafinhas de Sumol de Ananás (como adoro Ananás), eram tempos engraçados.

O meu tempo lá foi passado entre a sede do B.N.U. na 5 de Outubro e Cabo Ruivo, a larguíssima maioria em Cabo Ruivo. Mas lembro-me do ambiente de luzes escuras no interior do B.N.U. da 5 de Outubro, coisa que adorei na altura. 🙂

Contudo, gostei de lá estar aqueles meses, em que saía de lá, apanhava o autocarro 50 que terminava na Damaia/Amadora, depois apanhava outro para ir para casa, chegava a casa, e ficava deitado na cama dos meus pais de tarde a ver a série Dragon Ball na SIC, e de seguida os desenhos animados da RTP2 até adormecer, coisa que me levou à Bolsa um dia…

Bons tempos. 🙂

Anos 1992-1995 – Liceu da Amadora – Curso Técnico-Profissional de Informática de Gestão:

Na outra escola (Seomara da Costa Primo na Venteira, Amadora), vendo alguns professores que eu era diferente dos outros na Informática (apesar de só ter tido 18), tanto nas aulas como no projecto Minerva, convidaram-me a ingressar no Curso Técnico-Profissional da melhor escola da altura na região, que era o Liceu Nacional da Amadora, ou Escola Secundária da Amadora.

Supostamente eu teria equivalências das disciplinas que já tinha acabado, se não quisesse melhorar as notas das mesmas no Liceu, e ficaria com o 12º mas em vez de ser nível 2 (actual nível 3 do QNQ), ficaria com o nível 3 (actual nível 4 do QNQ), e ainda teria direito a um estágio profissional.

E eu pensei: “Porque não? Consigo adiar a recruta obrigatória mais dois anos assim, vou para um curso melhor, melhores condições e materiais, tenho equivalências a várias disciplinas, o que me dará tempo livre, etc, perfeito!”.

Dito e feito, aceitei.

Na altura no Verão tinha-me inscrito também para o curso de Electrónica da Cinel, na Amadora, que também me daria nível QNQ3 (agora 4), e fui escolhido para ser da turma de 1992 da Cinel na Amadora.

Mas depois pensei duas vezes, e lembro-me de já ter ido ao Liceu quando saíram os resultados de quem tinha sido aprovado no curso da Cinel, e eu tinha gostado do Liceu, e achei que era destino meu ficar lá. Desisti da Cinel (Electrónica) e fui para o Liceu, para Informática.

Foi a escolha perfeita. Foi a melhor escola que alguma vez frequentei, adorei tudo, as instalações, localização, amigos e colegas, o pessoal, tudo era espectacular.

Andava por lá de cabelo comprido e camisa por fora, quando a escola era muito conservadora, no tempo do boom de Nirvana e coisas do género.

Foi lá que troquei muitos jogos novos de PC com colegas, tínhamos dezenas de jogos novos por semana, todos os dias eram jogos novos, pérolas como Indiana Jones and the Fate of Atlantis, Day of the Tentacle, Ugh, 4DS, Pushover, Another World, Flashback, etc! Foram 3 anos maravilhosos praticamente a jogar o tempo todo.

E nas aulas de Informática, jogávamos nas aulas ao Dyna Blaster (Bomber Man do PC), com autorização dos professores, eram tempos maravilhosos.

Foi nessa escola que o Professor Calisto, de Cálculo Financeiro, me deu 0 valores no exame, por eu ter resolvido as coisas sem colocar os cálculos que fiz (por ter feito de cabeça). Eu contestei, ele chamou-me ao quadro frente aos meus colegas todos da época, e pediu-me para resolver.

E eu resolvi aquilo de cabeça de novo. E ele perguntou “mas como chegou a esse valor?”, e “obrigou-me” a colocar os passos do meio.

E eu tive de fazer o contrário do que é habitual, enquanto as pessoas fazem os passos para chegar ao resultado final, eu tive de com o resultado final, imaginar como se resolveria aquilo passo a passo, para colocar os passos, pois resolvia de cabeça sem saber bem como, e tive de colocar passos. Mesmo assim os passos eram muito a “saltar”, e ele perguntava “mas como chegou daqui deste passo para este?” e eu dizia que era de cabeça. E ele ficou a olhar para mim e perguntou: “O seu pai é contabilista?” e eu respondi “sim de facto ele trabalha com contabilidade” e ele riu-se e mandou-me sentar, e já me deu a nota devida. Foi um episódio engraçado que me ficou na cabeça. 🙂

Tempos que me deixam saudades.

Como obviamente, continuei sem nunca estudar, acabei com a média final a rondar os 15 valores apenas, e isto porque tinha os 18 a Informática, que apesar da professora Elsa e Bruno nos 11º e 12º me quererem dar o 20, os outros professores não deixaram.

Mas eu não ligava a notas, nem queria saber nada sobre notas, para mim tanto se me dava.

Mas foi a escola que me deixou mais saudades.

Em termos de Programação, não aprendi nada de especial lá pois já sabia a matéria toda, e fiz um trabalho de grupo final em Clipper (DBase), de gestão de lojas, que foi o primeiro programa que fiz que acabou por ser usado mais tarde na gestão de algumas lojas da região.

1993 – Primeira experiência profissional:

Nas férias do Verão de 1993, tinha eu 17 anos, tive a minha primeira experiência profissional, por recomendação do meu pai, sabendo que com o salário que ganharia, poderia comprar o que quisesse, tendo-me levado a trabalhar em plena Lisboa, na empresa Projel Engenharia, SA, como estafeta, o que foi espectacular, andar pelas ruas de Lisboa a entregar correspondência da empresa, levantar cheques, pagar selos, foi algo 5 estrelas.

Com esse dinheiro, comprei o meu primeiro skateboard completo Powell, com trucks Independent, algo 5 estrelas. Comprei também uma Game Gear da SEGA, que me levou a passar as férias desse ano praticamente em casa a jogar ao Sonic 2 oa invés de ir para a piscina no Algarve, entre outras coisas. Comprei roupa de skater, álbuns de CD como o inesquecível “Angel Dust” de Faith No More, etc.

Foram meses muito engraçados, lembro-me de chegar a casa para almoçar, na Amadora (vindo de comboio de propósito para lá almoçar), e estar a jogar no quarto ao Ramparts no PC num dia de sol, enquanto esperava pela comida para depois ir embora, eu ia e voltava em horários diferentes do meu pai e encontravamo-nos por vezes em casa. Eram tempos muito giros.

Com o dinheiro desses 3 meses, comprei eu uma Sega Game-Gear que me fez perder algum tempo de piscina depois no Algarve para estar a jogar ao Sonic 2, comprei o skate brutal que vêem no gif animado abaixo (na imagem abaixo já velhinho), roupa de skate, etc.

Foi neste Verão também que fiz muitas filmagens no parque central da Amadora, onde o meu pai me apanhou a filmar com a câmera enquanto andava de skate, e ma escondeu, o que fez com que não pudesse gravar mais vídeos, apesar de ter evoluído mais durante uns anitos no skateboard, muito mais, e nada ficou registado. Contudo, tenho em vídeo truques de skate que hoje em dia pelo que sei, ninguém em Portugal consegue dar ainda, por exemplo:

Eu no skate... Underkickflip 540º, em flat, foi o nome que dei a esta manobra na altura, que nunca vi em Portugal...
Eu no skate… Underkickflip 540º, em flat, foi o nome que dei a esta manobra na altura, que nunca vi em Portugal…

No fim dessa pequena primeira experiência profissional, voltei à escola, foi pena ter ganho só 37 contos (335 euros) ao mês, menos do que o salário mínimo, pois não tinha ainda 18 anos de idade.

Mas o ter andado pelas ruas de Lisboa a ouvir Angel Dust dos Faith No More, com 17 anos de idade, enquanto trabalhava, foi inesquecível para mim.

Tempos que na altura achava chatos, no fim dos 3 meses, mas dos quais agora tenho muitas saudades.

Bons tempos. 🙂

Anos 1990-1992 – O Curso de Informática de Gestão na Via de Ensino (10º e 11º anos):

Este curso, também na Escola Secundária Seomara da Costa Primo, na Amadora (Venteira), junto a Queluz, foi o meu primeiro curso de Informática de Gestão.

Na realidade não aprendi lá nada de computadores, pois tudo o que ensinaram já eu sabia, mas tinha escolhido esse curso porque seria o mais fácil para mim.

Mas nessa altura já eu tinha em mente que a escola não me fazia falta, e que nunca iria colocar os pés numa universidade. De facto só terminei o 12º ano para adiar a Inspecção da Recruta Obrigatória (a Tropa), porque na altura era obrigatório, e também porque preferia na altura estar na escola do que a trabalhar, até porque ainda nem 18 anos tinha.

Nesta escola estive desde o 7º ao 11º anos, e marcou-me porque existiam lá salas do projecto Minerva, onde estive em contacto com jogos como o Prince of Persia, programas como Fantavision, FPS First Publisher, Harvard Graphics, etc, e passava lá grande parte dos intervalos em dias em que não levava o skate.

Lembro-me de colegas como Sérgio e Vitor Taveira e o Vitinho, entre outros, com os quais íamos trocando jogos novos, como os Simpsons que me vieram à cabeça agora (2022-12-18 neste update), era o tempo dos Simpsons que davam na TV, do Vitinho para dormir, etc.

Não estudava absolutamente nada como sempre, e tirando os 18’s a Informática (não deixavam as professoras dar-me mais por ser mau aluno), tinha médias baixas.

Lembro-me da professora de Filosofia, Filomena, que me fez um exame onde havia muitas perguntas mas uma pequena em que perguntava “Qual é a cor do burro quando foge?”. Eu não fazia ideai pois por norma com o que ouvia nas aulas safava-me, mas esse foi difícil pois passei aulas completamente aéreo. Respondi só à da cor do burro quando foge, fiz 4 páginas só daquilo, para ter os 4/20 pelo menos.

O que aconteceu? Deu-me 20!!! Chamou-me ao quadro, pensava eu que era para me dar um raspanete, mas disse aos alunos “Isto sim é verdadeira Filosofia!”. Eu fiquei parvo mas adorei, vou ver se um dia partilho isso por aqui.

Pois, eu não estudava absolutamente nada. O pouco que escrevia nos exames, e que me deu uma média não recordo se de 14 ou 15, era o pouco que apanhava nas aulas no meio dos momentos de distracção. A Informática só me deram o 18 por ter nota mais baixa nas outras disciplinas.

Mas foi a escola onde ouvi o primeiro álbum de Iron Maiden (“Powerslave”), Enigma MCMXC, Metallica, etc, eram tempos mágicos.

E chegava a casa às Sextas-Feiras para comprar o jornal “A Capital”, e via o programa na tv “Ponto por Ponto” onde Paulo Dimas recomendava jogos e eu por vezes nos intervalos ia comprá-los (num intervalo fui à Game Informática no Babilónia na Amadora espreitar jogos e vi lá o “Mr. Heli” que comprei mais tarde noutra loja, estava ainda a Game fechada, deviam ser 9 da manhã). Foi no regresso a casa de um desses dias que vi numa loja ao pé do IEFP da Amadora, numa tv a dar para a rua, o jogo Cybernoid a ser apresentado, e que me levou a comprá-lo! Bons tempos!

Eram os tempos em que ia também numa colónia de férias para Sesimbra no Verão…

Lembro-me de ter usado um computador a 1MHZ de velocidade, da Bull, onde vi no ecrã pela primeira vez o termo “octets”, pois tinha um sistema operativo em Francês. Levava literalmente minutos a fazer um dir.

E passávamos por vezes as aulas a jogar ao Monopólio.

Foram 2 anos engraçados, em que continuei a ir nalguns intervalos ao Projecto Minerva, ver novidades, jogar com amigos, e ensinar coisas novas a outros. Bons tempos.

Mas preferi muito mais o Liceu da Amadora mesmo assim.

Anos 1987-1990 – A Escola Secundária da Venteira (Amadora) e o mundo dos PC’s

Andava eu na escola secundária Seomara da Costa Primo, na Amadora, e existia um projecto lindo, chamado de “Projecto Minerva” (https://pt.wikipedia.org/wiki/Projecto_Minerva).

Eu saía das aulas, e ia a correr para a sala da Minerva para apanhar os primeiros lugares, isto já lá para 1987/1988, para poder ir para os PCs do Projecto Minerva, experimentar todo o tipo de coisas.

Lembro-me de usar os programas SideKick, The Draw, Banner Mania, First Publisher, Quattro Pro, o lindo Fantavision do qual já criei um vídeo no YouTube, etc, etc!

E jogar jogos como VolleyBall, ou o maravilhoso Prince of Persia, que por vezes jogava num ecrã CGA de alguns PCs, e de outra, conseguia jogar nos PCs com EGA e ver o jogo já com mais cores, a partir de 1989 quando saiu. O mesmo se aplica ao Sim City, tentava apanhar os melhores PCs para o poder jogar. 🙂

Nessa altura, andava eu com disquetes que comprava, com umas capinhas próprias de plástico para as proteger, e onde gravada os meus programas.

Isto porque passava parte do tempo lá a programar, como por exemplo no velhinho GW Basic, e que bons tempos que eram. Apesar de que não tinha grandes ideias sobre o que programar, pois o que faria um jovem como eu numa linguagem que nem dava para compilar?

Em simultâneo, em casa, o meu pai havia comprado a dada altura um PC1 da Olivetti. Nele dei os primeiros passos no mundo dos PCs, e o meu pai também se entretia. Mas a dada altura, ao ver que tínhamos de pagar mais de 120 contos (cada conto eram 5 euros, ou seja, um total de 600€), por 128KB de memória, para a expandir de 512KB para 640KB, e percebeu que estava na hora de mudar para uma máquina mais avançada, e comprou-nos um 386SX a 16MHZ, da Samsung, lindo.

Foi nesse que comecei a ter jogos a cores, em MCGA, e me lembro de jogar nele coisas como Rick Dangerous 1 e 2, usar os programas First Publisher em casa para fazer os trabalhos de grupo, imprimindo numa impressora que nos havia comprado uma Citizen Swift 24E a cores, etc. Excelentes tempos. 🙂

Mas passava mais tempo a jogar, porque, não havia nada que pudesse fazer de útil para a Sociedade, a meu ver.

Por outro lado, não existia Internet, e por isso eu não tinha acesso a outras linguagens de programação, ou tutoriais, etc, estava limitado a certas linguagens.

Anos 80 – O começo, com um ZX Spectrum 48K!…

Foi nos anos 80 que o meu pai um dia me apareceu em casa com um ZX Spectrum 48K. Foi o meu primeiro computador, o das teclas de borracha.

Foi incrível ver que o que eu escrevia, aparecia na tv. Hoje em dia acharão estranho eu escrever uma coisa destas, mas naqueles tempos, era algo do outro mundo, o que nós escrevermos no ecrã da tv, era algo muito giro.

O meu pai fez com que desse os primeiros passos na programação com o pequeno 48K, ainda andava eu na escola primária, e em casa dava os primeiros passos na programação.

Só que na realidade, eu perdia mais tempo a jogar do que a programar. 😀

Tirando jogar em casa, não fazia grande coisa, os únicos desportos que praticava eram na escola porque tinha de ser, onde ganhei a minha primeira medalha de atletismo, de ouro em estafetas em 1985, e andava no Karaté Shotokan com o sensei Cláudio Fung, que acabei por abandonar perto de 1985 por vir cansado da escola e não ter cabeça para ir às aulas de Karaté. Tive pena de ter deixado, pois o meu pai fazia um grande esforço em ir lá levar-nos quase a dormir, mas foi melhor para ele assim também.

Isto também acontecia porque naqueles tempos, eu não fazia ideia do que criar com um computador, aquilo tinha uma linguagem BASIC, mas o que iria eu criar com aquilo?

Fiz alguns desenhos no ecrã, e experiências, e fiquei-me por ali.

Mas joguei, muito mesmo, e hoje em dia sou um super-fã de Retro-Gaming e ainda jogo aos videojogos dos anos 80 e 90, de vez em quando, aliás, de facto, são os únicos que jogo, e até estou a criar um game engine para criar os meus próprios jogos, como podem ver na página inicial deste website.

Conclusão:

Enfim, foi um pouco a história profissional da minha vida, um currículo mais desenvolvido para quem quisesse ler, escrito lá para 2018/2019 e actualizado em 2022-12-18.

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